Quão fundo você mergulha para entender seus cenários?

O enquadramento dos desafios é mais importante que você imagina. Abstraia sobre este cenário:

– local: áreas de fronteira, aduana, inspeções necessárias para checar tanto aspectos fiscais quanto de saúde e adequação à nossas regras para entrada no país de bens e alimentos.

– desafio objetivo: desburocratizar e agilizar os processos de liberação das cargas de produtos de origem animal.

– envolvidos: governo federal, SIF (Serviço de Inspeção Federal), Vigiagro (Vigilância Agropecuária Internacional – órgão do Ministério da Agricultura, empresas importadoras de alimentos.

Pois bem, em agosto de 2021, dia 18, o Ministério da Agricultura alterou o processo de importação de produtos da área animal com o objetivo de reduzir o custo com o deslocamento de servidores e agilizar a internalização de produtos de modo a reduzir assim o custo para o setor privado.

A rigor, mudaram processos e recursos envolvidos. A Vigiagro passou a fazer tanto a fiscalização documental quanto a reinspeção das cargas de alimentos de origem animal nas áreas de fronteira. Antes, no processo anterior, o órgão realizava apenas a primeira etapa da fiscalização. Os procedimentos de reinspeção eram feitos pelo SIF (Serviço de Inspeção Federal), já nas fábricas.

Em outubro, menos de dois meses depois, os importados de origem animal tinham caminhões em pontos de fronteira (notadamente no sul do país) atrasados em mais de 30 dias, prejudicando o abastecimento de mercadorias no Brasil, que neste momento estava se preparando para encher as gôndolas dos supermercados para o final de ano. E claro, falta de produto significa pressão inflacionária, também.

Há mais de uma visão sobre os problemas gerados, alguns pelo lado dos impactados (empresas clientes dos processos) e outros pelo lado do executor dos processos (governo). Segundo a ABIPESCA (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados), falta gente.

Muito bem, a questão talvez seja: como este desafio foi desenhado, enquadrado para ser melhorado, redesenhado?

As informações acima, retiradas de vários artigos publicados em de outubro de 2021 mostram que o enquadramento do problema – uma “melhoria” versus uma “simples redução”  (neste caso, os usuários deram a impressão que o governo quis é reduzir o uso de pessoas, apenas) fez uma enorme diferença no desempenho de um mercado importante para o país. Será que os envolvidos, entidades de governo, da sociedade, políticos e comunidades estavam prontos para considerar uma análise comum e tarefa de melhor enquadramento?

Este é um belo exemplo de exercícios que utilizamos em nossos estudos para mostrar aos profissionais os riscos envolvendo as ‘armadilhas da conclusão rápida’. Com base nestes estudos, alguns na forma de workshops, os participantes entendem os aspectos envolvidos e se tornam melhores solucionadores de problemas a partir da melhora da capacidade de formular problemas.

Afinal, como já disse Charles Kettering, “… um problema bem colocado é um problema já meio resolvido”. Grande frase. O problema é que ele nunca nos definiu o que é um problema bem definido.   ;- )

Assim, como nossos colegas de estudos aqui na MONTÉLO podem descobrir, a formulação do problema tem sim consequências relevantes para o tipo de ações que você desenvolve. E, nestes exercícios que executamos, rever como criamos nossas ‘declarações de problema’ (ou do desafio a vencer) é essencial.

Imagino (vejo constantemente) que todos temos estes desafios em nossos ambientes organizacionais. Então, mãos à obra, como pretende preparar seu time? Vamos conversar.

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